Os irmãos Laerte e Pedro Canil; abaixo Castro pai e Castrinho. |
Era comum na metade do século passado
empresas contratar parentes de bons funcionários. Irmãos eram os preferidos
pois se um funcionário se destacava por ser assíduo, respeitoso e por desempenhar
bem suas tarefas, o irmão certamente procederia da mesma forma para alegria do
patrão. Na Empresa Folha da Manhã, não era diferente e havia inúmeros casos,
especialmente na seção gráfica, de irmãos contratados a partir da indicação do mano
que já pertencia ao quadro de funcionários. Nos anos 50 o linotipista Pedro
Canil trouxe seu irmão Laerte Canil e mais tarde foi a vez do caçula Paulo
Canil trabalhar no 2.º andar do prédio da Alameda Barão de Limeira, 425, no
bairro dos Campos Elíseos. Lá da redação o jornalista Aroldo Chiorino colocou
na gráfica seu irmão Osvaldo e não demorou trouxe o mais novo, Antonio Chiorino,
ambos linotipistas. Um dos mais antigos funcionários da Folha era o também
linotipista Santiago Soler que indicou seu filho Walter Soler para trabalhar na
paginação. Demorou alguns anos e foi a vez do Soler mais novo entrar para a Folha,
atuando como emendador. Um dos mais queridos linotipistas da Folha de S. Paulo era o
Carlos Alberto Pereira de Castro, o ‘Castrinho’, assim chamado para não ser
confundido com seu pai, o também linotipista Castro, da velha guarda do jornal.
O jornalista Aroldo Chiorino; Solerzinho; Francisco dos Santos; comendo está o cunhado do Mansur; de perfil 'Formiguinha'; os manos Antônio e Luís Dedone. |
Os irmãos Aquiles e Belmiro. |
Francisco dos Santos era linotipista da Folha e seu irmão Claudio era paginador, ainda que não se saiba quem indicou
quem... O linotipista Luís Dedone trouxe seu irmão Antônio Dedone para ser
emendador e curiosamente Antônio Dedone era impressor de profissão. Outra dupla de irmãos linotipistas que passou pela Folha foram os Fonsecas: Roberto e Clodoaldo. Um
emendador da Folha apelidado ‘Formigão’ abriu as portas para seu filho
Laerte, mecânico de linotipo mais conhecido por ‘Formiguinha’. Aquiles Feliciano
Afonso foi levado da Impress para a Folha num ‘pacote’ de linotipistas pelo então gerente gráfico Fábio de Melo. Na Folha já trabalhava Belmiro, mecânico de
linotipo e irmão de Aquiles. E falando em mecânicos de linotipo, o ‘Nego’, apelido do
estimado Guerino Togni, conseguiu que seu sobrinho Celso entrasse na Folha e
fosse até para o Senai aprender a profissão de linotipista. O também mecânico de linotipo Ovídio Bonetti trouxe para a Folha seu cunhado bancário Osvaldo Rodrigues Cavaletti; mais tarde e também por indicação de Ovídio entraram para os quadros da Folha os irmãos (e sobrinhos de Ovídio) Pimenta e Pimentinha, cujos nomes de batismo o blog fica devendo. Assad Atala Mansur quando passou a chefe da seção
gráfica arrumou logo emprego para seu cunhado cujo nome merece ser lembrado. Alberto
Mezzetti, linotipista que adorava apostar nos cavalinhos indicou para trabalhar
na Folha seu sobrinho Dirceu Mezzetti, igualmente linotipista E quando a Última
Hora se mudou com máquinas e gráficos para o prédio da Folha de S. Paulo parentes
se reencontraram na nova casa.
Francisco Cantero Herrada, o 'Paquito' e atrás Ladislau Cantero Herrada; ao lado José Sanches Matalana. |
José Mezzetti era uma grande figura humana,
amigo de todos e irmão de Alberto e tio de Dirceu. Zé Mezzetti conseguiu que
Dílson Mezzetti, irmão de Dirceu trabalhasse na Folha, ainda que por pouco
tempo. Zé Mezzetti conseguiu ainda que seu cunhado Hermínio do Nascimento se
integrasse ao corpo de linotipistas da Folha. E Mário Grazzini, linotipista
da UH que veio para a Folha e era irmão do gorducho José Grazzini (linotipista
do Estadão), colocou seu irmão Danilo Grazzini no jornal da Alameda Barão de
Limeira. A curiosidade é que Danilo já havia trabalhado com o irmão José
Grazzini na Rua Major Quedinho, nas oficinas de O Estado de S. Paulo. Difícil
falar da Última Hora sem lembrar do seu Diretor Gráfico Francisco Cantero Herrada,
mais conhecido por ‘Paquito’. Para a UH Paquito trouxe seu irmão Ladislau e
ainda o sobrinho Francisco Sanches Matalana. Quando da mudança para a Folha vieram somente ‘Paquito’ e Ladislau. Álvaro Alves, o linotipista gaúcho da UH encaminhou seu filho Henrique Alves Neto para o jornal. Ambos se mudaram para a Folha, onde Henrique passou a linotipista. O paginador Miguel Martinez fez o
mesmo e conseguiu emprego para seu filho, isto já na Folha. O também
paginador Luís Beck foi o responsável pela contratação de seu sobrinho José Carlos
Teodoro, ainda na UH; Beck ficou pouco na Folha, enquanto o ‘Alemão’ José
Carlos permaneceu até o fatídico fevereiro de 1974 (quando a gráfica antiga deixou de existir naquele jornal). Mário Galvão de França,
linotipista da UH acompanhou a mudança e indicou seu sobrinho chamado de ‘Francinha’
que trabalhou vários anos na Folha de S. Paulo, chegando a atuar como linotipista.
José Mezzetti e nas fotos menores Dílson Mezzetti e Hermínio do Nascimento; no centro Álvaro Alves segurando o netinho e Henrique Alves Neto; à direita José Carlos Teodoro, Miguel Martinez e Francinha. |
Ainda na mesma Folha trabalharam
juntos os cabeludos irmãos Manuel e Arinaldo, ambos apelidados de ‘Folha Seca’
(I e II), bem como os irmão Rigo, o mais velho deles João Batista. Outros irmãos,
primos, cunhados e sobrinhos trabalharam na Folha de S. Paulo, mas 40 anos
depois da desativação do parque gráfico antigo, a memória começa a falhar e o
esquecimento é inevitável. Os parentes citados, muitos deles já falecidos,
contribuíram enormemente para que Folha deixasse a condição de jornal de categoria
inferior e se tornasse o maior órgão noticioso impresso do país, superando o
concorrente Estadão. A eles o blog rende homenagem.
NO TEMPO DAS CABELEIRAS À esquerda os irmãos Nezinho e Arinaldo; no centro os irmãos Rigo; à direita, estão Gerson e Henrique que, ao contrário do que muitos pensavam, não eram irmãos e sim compadres. |
Sou nora do linotipista Joaquim Antunes, hoje com 90 anos. Foi funcionário da Última Hora e Folha de São Paulo. Existe algum arquivo com fotos dele trabalhando?
ResponderExcluirOlá meu pai foi Linotipista no Estadão.
ResponderExcluirO nome dele era Jose Pina Cano um espanhol.
Gostaria de saber se existem algumas fotos ou lembranças dele. Obrigada